Os moradores do Jd. Castelo e Vila Yara realizaram nesta terça-feira (05), na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, o “Nós Fizemos”. Aproximadamente 120 pessoas participaram do evento, que integra a metodologia proposta pela Rede de Desenvolvimento Local, uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) do Serviço Social da Indústria (Sesi), e tem como objetivo celebrar junto à comunidade e parceiros, as ações realizadas e as prioridades da próxima agenda local 2010/2011. A Rede de Desenvolvimento do Jd. Castelo e Vila Yara iniciou as atividades ainda em 2009. Desde então, os moradores trabalham como agentes de transformação do bairro, caminhando rumo ao desenvolvimento.
O coral “Um canto em cada canto”, formado por alunos da 3ª e 4ª série do colégio Carlos Kraemer, abriu as atividades da noite. O coral integra a lista de ativos do bairro levantado pelos próprios moradores. Além do coral, o grupo teatral Nova Unção, composto pelo grupo de adolescentes da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, apresentou uma das peças do grupo, animando e descontraindo os presentes. “A essência do programa é: o que eu posso fazer enquanto cidadão no meu bairro?”, destacou o coordenador das Redes de Desenvolvimento, José Marinho.
Ações realizadas
Entre as ações já conquistadas pela comunidade está a instalação do Semáforo na rua Tremembé esquina com Ceará. “Não basta morarmos na comunidade, nós temos que participar ativamente. Foi uma luta de três anos para conseguir o sinaleiro”, comentou Vinicius Bueno, ex-presidente da associação de moradores da Vila Yara.
Além do semáforo, o jornal informativo da Associação dos Moradores do Jd. Castelo e a mudança de sentido na rua Suindara, que passou a fluir em mão dupla, facilitando o acesso dos moradores entre as duas partes do bairro, também estão entre as conquistas da comunidade.
Ainda durante o encontro, alguns moradores apresentaram as ações contidas na Agenda que serão desenvolvidas no próximo semestre, como realização de palestras de prevenção contra as drogas em parceria com o projeto “Galera de Deus” e também abertura de exercícios praticados pela 3ª idade na empresa Sonoco para toda a comunidade.
Os moradores ainda comentaram sobre a importância da implantação da proposta no local. “O projeto nos ajudou a enxergar as reais necessidades do bairro, além de fortalecer as parcerias e estimular outras pessoas a participar”, comentou Vania Rossini, integrante do Comitê de Articulação. “O desenvolvimento é a consciência da população. Têm muitas coisas erradas, mas existem pessoas trabalhando para mudar essa realidade”, completou a moradora.
De acordo com o coordenador da Rede de Desenvolvimento, nem tudo que significa desenvolvimento precisa vir do poder público. “Algumas soluções são simples e passam por pequenas ações dos moradores. A ideia é que o cidadão assuma o protagonismo do desenvolvimento local”, explica Marinho.
Ao final da celebração, Gislane Syllos, articuladora da Rede em Londrina, comemorou o resultado do trabalho dos moradores. “Me senti feliz e emocionada em saber que mais de 100 pessoas compareceram no evento, muitas empresas e parceiros estavam presentes e isso é muito importante para o bairro. Foi uma grande oportunidade para a população de conhecer o que está acontecendo, como o coral e o grupo de adolescente, além de todas as outras ações. Se continuar assim em todos os bairros, tenho certeza que o programa irá se proliferar em Londrina”, ressaltou.
A Rede
As Redes de Desenvolvimento começaram a ser disseminadas em 2008, a princípio em um bairro de Curitiba, no Jardim Santos Andrade; em Londrina (Vila Recreio, Heimtal, Jardim Maringá, Jardim Felicidade, Jardim Nova Esperança e Vila Yara e Jardim Castelo); em Ponta Grossa (Vilas Santana e Barreto); e Maringá (Ney Braga). Atualmente, são 175 localidades, em 17 municípios – a grande maioria em Curitiba e Londrina -, utilizando a metodologia. No momento, são 128 agentes de desenvolvimento aplicando a metodologia em Curitiba e Região Metropolitana. Em Londrina outros 35.
Metodologia
Pessoas conectadas interagem entre si, assumindo o papel de protagonistas do processo de desenvolvimento da localidade em que vivem. Por meio de uma metodologia específica, podem definir o que desejam e traçar um caminho para realizar os sonhos. Nas redes, não há hierarquias e todos interagem horizontalmente como cidadãos, conscientes de que sem cooperação não existe desenvolvimento.
As Redes de Desenvolvimento Local são induzidas pelo Sistema Fiep, mas elas não são propriedade de ninguém e constituem um bem público dos que moram e trabalham em cada localidade que resolver articulá-las. Para viabilizar essa iniciativa o Sistema Fiep oferece recursos logísticos e humanos para implantar esse programa no bairro, inclusive um agente de desenvolvimento capacitado para servir como articulador e animador da Rede de Desenvolvimento Local.
Segundo Marinho, a metodologia seguida no projeto é inspirada no DLIS (Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável), composta por oito passos, variando de acordo com o perfil das pessoas e conveniência do grupo envolvido no processo. “Adotamos também conhecimentos a partir da metodologia da Investigação Apreciativa, que consiste em resgatar histórias positivas do passado para sonhar um futuro dentro da perspectiva de se construir uma agenda positiva de desenvolvimento. A metodologia passa a ser uma ferramenta e não o centro dessa proposta”, afirmou. Para ele, o essencial é agregar nesse processo a tecelagem de redes de pessoas, dos mais variados círculos de convivência, para termos uma multiplicidade de ideias, interesses e contemplarmos todos os eixos do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental”.
Cada morador junto com seus familiares, amigos e vizinhos, pode fazer a diferença, sonhar com um futuro melhor para o seu bairro e a sua cidade!
Informações pelo (43) 3379-5225.
Por Camila Ricardo
Londrina PR