HAUS – 18/03/2021
Projetar uma obra de dimensões monumentais que envolve estudo geológico do solo, conservação máxima do entorno e localização que propiciasse ao visitante uma experiência única foram alguns desafios da dupla de arquitetos Adriane Wender e Miguel Del Rio Franco na criação da Skyglass. A ponte de vidro localizada em Canela, na Serra Gaúcha, é uma das novas atrações da região, e já é considerada a maior ponte do mundo feita com o material.
Suspensa a 360 metros acima do Vale da Ferradura, a ponte, inaugurada em dezembro de 2020, tem 68 metros, sendo 35 em balanço, o que permite observar uma vista excepcional do local. A construção levou um ano e utilizou 11 toneladas de vidro.
A ponte ultrapassa, em extensão, outras plataformas de vidro mundialmente famosas, como a Yuanduan Glass Skywalk, na China, e a Grand Canyon Skywalk, nos Estados Unidos.
“A implantação da ponte visou principalmente a questão de segurança. Por isso a localização foi fechada onde os calculistas e projetistas nos exigiram e onde também já existia impacto. Mantivemos, por exemplo, todas as araucárias, que roçam nas áreas de convivência do parque”, explica Adriane. Além da Skyglass, o parque conta ainda com brinquedos, memorial, adega, playground, cafeteria e uma área de convivência. O investimento foi de R$ 30 milhões e envolveu diversas particularidades, como o trabalho de alpinistas industriais.
Segundo um dos engenheiros envolvidos no projeto, André Aquino, os cálculos de segurança foram realizados com normas de segurança mais exigentes. Os vidros, por exemplo, resistem a ventos de até 220 km/h, velocidade nunca registrada na região, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Cada metro quadrado de vidro resiste a 550 kg de carga máxima. “Ensaiamos o vidro com peso de quase uma tonelada e, mesmo assim, ele não cedeu espontaneamente. A tecnologia empregada é a mesma das escadas das lojas da Apple em todo o mundo”, diz Aquino. A estrutura é suspensa por cabos de aço e há outros detalhes que garantem a firmeza da ponte, como uma estrutura que trava os vidros na posição.
Outra particularidade da Skyglass é o tipo de vidro usado, chamado Cebrace Extra Clear, cuja tecnologia permite que o vidro fique totalmente transparente, ao contrário de outros materiais semelhantes que acabam ficando levemente esverdeados ou azulados, comprometendo a visibilidade.
As peças de fixação do guarda-corpo também foram desenhados, de acordo com a dupla de arquitetos, para ser resistente, mas quase imperceptível ao visitante, e instaladas abaixo da linha de visão, para acentuar ainda mais a sensação de “vertigem”. Adriane destaca ainda a transição da parte de grade-piso para a parte de vidro. “É bastante emocionante, você de repente é envolvido pela natureza do entorno”, conta.
Por conta da pandemia de coronavírus, o parque está fechado para visitação até a vigência do decreto estadual no Rio Grande do Sul que impede determinadas atividades com o intuito de evitar aglomerações e frear a transmissão do vírus.
A entrada custa a partir de R$ 40 (para acesso ao parque) e R$ 60 (para acessar a Skyglass). Há ainda combos que permitem utilizar outras estruturas, como brinquedos. Todas as informações estão no site da atração.
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