ROBERTA RAGNI – 07/05/2021
Desafie estereótipos, remova preconceitos e incentive o diálogo. Quantas vezes já julgamos uma pessoa à primeira vista? Certamente muitas. Para apoiar a teoria de que um livro não é julgado por sua capa, pensamos na Biblioteca Humana de Copenhague, na Dinamarca, ou a biblioteca viva, um lugar onde as pessoas são transformadas em livros.
Criada por Ronni Abergel junto com um grupo de jovens ativistas, parece uma biblioteca comum com bibliotecários e catálogos, a diferença é que para ler livros não é preciso folhear as páginas, mas iniciar uma conversa de cerca de 30 minutos com uma pessoa de carne e osso.
Na prática, cada leitor escolhe um livro vivo com base nos títulos que resumem sua história. Há, por exemplo, “o rapaz gay”, “o sem-abrigo”, “o nudista”, “a mulher islâmica”, títulos curtos que pretendem intrigar e suscitar reações diversas.
De onde veio a ideia de “uma biblioteca humana”?
A Biblioteca Humana nasceu em 2000, mas a ideia já foi exportada para cerca de 70 países em todo o mundo, por ser considerada um sucesso na superação da desconfiança, incentivando o diálogo e a socialização.
No site você pode ler algumas histórias dos livros vivos:
“Eu moro na rua. Vivo dia a dia e não tenho teto sobre minha cabeça. Sem banheiro para visitar, sem cozinha para fazer café. Tenho muito pouco, sou um sem-teto”.Escreve o sem–teto.
“Algumas pessoas pensam que é perigoso se aproximar de mim e me tocar. É por isso que mantive isso em segredo por muitos anos. Quando as pessoas têm medo de se aproximar de mim, dói mais do que a doença. ”Diz a menina com HIV.
“Quero ajudar a desfazer o medo de falar abertamente sobre esse assunto. Ao compartilhar minhas experiências como um livro aberto posso, de alguma forma, ajudar os outros a entender melhor o tabu. ”Explica a garota vítima de assédio sexual.
Os livros vivos são todas as pessoas que estão cientes de estar ligadas a estereótipos e preconceitos, mas também são homens e mulheres ansiosos por desequilibrá-los contando sua própria experiência de vida. Desde 2003, a Biblioteca Humana é reconhecida pelo Conselho da Europa como uma boa prática porque responde à intolerância com compreensão.
Fonte: https://www.greenmebrasil.com/viver/costume-e-sociedade/52773-biblioteca-humana-danimarca/